Como bom descendente de japoneses eu sempre gostei de tecnologia... Tudo que tivesse botões, fios, telas, etc sempre chamou a minha atenção... Mas sempre encarei a tecnologia como algo para ser usada no dia-a-dia, não apenas algo para ficar fuçando por fuçar, mas para ganhar tempo, ter mais qualidade de vida.
Dentro desta filosofia, há anos fui picado pelo virus da Palm Pilot, que na época era algo revolucionário: um computador na palma da sua mão que poderia carregar um monte de informações úteis como contatos, agenda, etc. Como bom japa, fui atrás de novos recursos para ela e achei o iSilo, que permitia comprimir páginas html (linguagem usada para criar páginas da internet) e carregá-las na Palm para serem lidas sem a necessidade de conexão. Usei durante anos para carregar informações da empresa que administro, permitindo que em qualquer lugar que eu estivesse eu pudesse ter informações críticas para resolver os "pepinos"...
Um dia marquei uma viagem para a Europa... Sem agência de viagem, apenas com a internet para reservar vôos e hotéis. Fuçando na www, conheci os sites LonelyPlanet e RoughGuides que davam muitas informações sobre os destinos que iria visitar. Mas como ter estas informações "na palma da mão" numa época que ainda estávamos com celulares analógicos, internet discada, etc?
Resolvi baixar o conteúdo dos dois sites ("copiar" seria o termo mais exato) e jogá-lo na Palm com o iSilo. Isto envolvia acessar a página, selecionar, copiar e depois colar no FrontPage Express, criar os links e converter tudo para o formato do iSilo... Trabalho maçante, mas nada que um pouco de paciência oriental não resolva...
Com os guias na Palm, embarquei e comecei a usá-los. Minha companheira de viagem ficou maravilhada com aquilo, um monte de informação útil e atualizada numa Palm! Descrições de pontos turísticos, sugestões de restaurantes e bares, dicas úteis, tudo à mão e cabendo no bolso da minha calça jeans...
Um momento foi crucial: chegamos em Praga depois de horas num trem. Na época (2000) a Cortina de Ferro havia caido há pouco e Praga era pouco amigável para os turistas. Nós precisávamos comprar um bilhete de metrô para chegar ao nosso albergue, pois pelo menos sabíamos em qual estação ele ficava. Mas ninguém por perto falava inglês, só uma língua que costuma ter palavras de 10 letras sendo 8 consoantes e uns 3 acentos... Estávamos num mato sem cachorro!!!
Lembrei-me da Palm. Acessei uma página do Rough Guides e lá ele explicava tintin por tintin como operar a máquina automática de bilhetes de metrô. Instruções como "Aperte o botão vermelho. Vai aparecer a opção xxx e yyy na tela. Selecione com o botão azul yyy..." Funcionou perfeitamente e em minutos estávamos no metrô a caminho de uma ducha antes de um banho de história!
Desde então, meus gadgets portáteis, sejam as minhas antigas Palm ou meus smartphones, nunca são esquecidos em casa, me acompanham em qualquer viagem!
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